domingo, 2 de outubro de 2011

Capítulo 17 – E se eu te raptar?


Quinta, 23/12/2010 (2 meses depois)

08:16

-Rita! Acorda!

-Hããã…Como eu detesto ouvir essas duas palavras na mesma frase.

-Temos que ir ajudar a tua avó a fazer as encomendas de natal. Levanta-te, vá.

-Estou em pé! Fogo...

-Eu ontem avisei-te para te deitares mais cedo, preferes ficar a ver filmes até de madrugada, agora tens sono. Vai tomar o pequeno-almoço e despacha-te.

-Nós não vamos passar o Natal com os tios e o Rafa?

-Não, eu já te tinha dito. Este ano eles vão passar o Natal com a família da noiva do bruno, para se conhecerem melhor.

-Ahh…Está Bem. E nós vamos já para casa da avó?

-Sim, mete uma muda de roupa no saco, vamos ajudar a avó com as encomendas e passamos lá o Natal.

-Dá-me 1 hora, eu vou tomar banho e despachar-me, já vamos.

-Mas olha que é só mesmo 1 hora! Temos que ir embora.

Vesti um casaco e saltei para a varanda do lado. A janela estava destrancada, como sempre, e eu entrei.

-Pst! Acorda seu dorminhoco. (Sentando-me em cima dele)

-Sai de cima de mim oh gorda. Deixa-me dormir.

-Gorda é a tua…

-Bem! Vê lá o que vais dizer. Não ofendas a minha bebé.

-Acorda lá oh… (Abanei-o)

-Caso não tenhas percebido, eu estou acordado! Não costumo falar a dormir! Mas o que é que te deu hoje? Deve ser bué cedo.

-São oito e meia.

-Fogo.. Só tu! Estamos de férias oh galinha.

-Eu vou-me embora, dá-me um beijo.

-Vais te embora? Vais embora pra onde?

-Vou passar o Natal a casa da minha avó. E vou agora para a ajudar nas encomendas que ela tem para fazer.

-Eu pensei que vinhas connosco a casa da Nádia.

-Eu também só soube agora que ia para casa da minha avó. Mas eu tenho que ir, a minha mãe tá á minha espera.

-Trancaste a porta do teu quarto?

-Claro.

-Então pronto. (Puxa-me para a cama e prende-me com as pernas enroladas nas minhas) Ficas aqui.

-Eu bem queria, mas não posso! Ainda tenho que tomar banho, e comer, preparar a roupa para levar…

-Simples, tomas banho aqui comigo.

-E depois vou saltar para a minha varanda enrolada numa toalha!

-Eu levo roupa e vamos tomar banho na tua casa de banho.

-Mas é só tomar banho! Eu tenho que me despachar.

-Claro que sim.. Longe de mim pensar em fazer outra coisa. Não sou desses.

-Rafa? Menos… Quem não te conhece que te compre.

-Sou um rapaz digno. Estou a guardar-me para o casamento.

-Ah! Essa é boa...

Depois do banho, já vestidos:

-Tenho uma coisa para ti.

-Ai é? Mas a véspera de Natal é só amanha.

-Abre. (Dou-lhe um pequeno embrulho que ele abre de seguida)

-Eh láá! Que giro. Isto deve ter sido muita caro amor. (Diz quando vê o relógio que estava dentro do embrulho)

-Não interessa. Eu juntei da minha mesada. Mas era esse que querias não era?

-Era, obrigada. Mas eu não tenho nada para ti…

-Ai não? Nem um beijinho oh palerma?

-Isso talvez se arranje… (Pega-me ao colo, trocamos carícias e leves beijos) Tu achavas mesmo que eu não tinha nada para ti?

-Tens? (Pergunto entusiasmada)

-Claro que sim tonta. Deixa-me ir ao meu quarto buscar. 2 Minutos. (Pousa-me no chão e dirige-se á janela)

-Rafa, a minha mãe daqui a bocado chama-me, eu tenho que me ir embora… (Ele já tinha saído disparado)

No tempo que ele foi á casa do lado, aproveitei para preparar a roupa para levar.

-Pst!

- (Virei-me) Até que enfim!

-Eu tinha escondido para tu não encontrares. E agora já não me lembrava onde estava. Mas abre lá.

Era uma caixa grande, que quando abri tinha papel e outra caixa lá dentro, que por sua vez tinha outra caixa. Fui abrindo as caixas e no final estava uma caixa pequenina.

-Fogo! É mesmo pra me fazer sofrer. Já não posso ver caixas á frente.

Abri a caixa pequena e estavam lá duas pulseiras, ambas iguais. Castanhas, de cabedal, e com uma chapinha encaixada.

-Que Lindas! Mas são iguais… Isto é mesmo pra usar as duas ou foste tu que te enganaste?

-Vira as partes de metal.

Assim o fiz, ambas diziam ‘’O meu coração pertence-te’’, uma tinha o meu nome por baixo e outra o dele.

-Isto é... (Fiquei perplexa a olhar para ele)

-Tu sabes que eu não suporto ter anéis nos dedos. Por isso tive que arranjar uma solução.

-Eu ainda não acredito… Isto não é nada teu..

-Pois não, agora já não posso ter as minhas noites com outras, tenho uma coleira.

-AI ÉÉ? (Dou-lhe um leve empurrão)

-Achas?! Se assim fosse não te tinha dado isto. Anda cá. (Pega no meu pulso e coloca a pulseira que tem o nome dele. Eu faço o mesmo no seu pulso com a pulseira onde está inscrito o meu nome)

-Eu amo-te muito.

-Eu sei, sou um querido.

-Não me vais conseguir irritar neste momento. (Beijei-o)

-Rita! Despacha-te. Estás aí á mais de 1hora! (Ouve-se a minha mãe gritar da cozinha)

-E se eu te raptar?

-Os nossos pais têm um ataque cardíaco.

-Pois, pensando bem é melhor não. Feliz Natal, come os doces maravilhosos da tua avó por mim.

-Eu não sou como tu que comes até dizer chega e não engordas.

-Até parece que tu engordas! Tu tas sempre na mesma. E nem experimentes emagrecer senão desapareces.

-Que exagerado! Vá, depois falamos. (Beijámo-nos) Feliz Natal amor.

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