22:45
Chegou a hora da festa, a casa começou a encher, até que ficou completamente cheia. Havia gente por todo o lado, e alguns até se atreviam a dar um mergulho na piscina, que tinha água aquecida. O nosso grupo estava sentado nuns puffs a um canto da sala, enquanto o Miguel andava de um lado para o outro a receber os convidados, e o Nando a convidar miúdas para dançar.
Diana: Hey, pára de olhar para a porta. Ela não vai sair do sítio.
Rita: Eu sei. Nem ela, nem ele.
Diana: Tu conheces o Rafa. Nunca se sabe o que ele vai fazer a seguir. Mas ficares assim não vale a pena, não estás a aproveitar a festa! E tu também Tixa! Animem-se lá.
Tixa: Será que ele está bem? Eu acho que vou lá a casa…
Rita: Acho que não vai ser preciso… Olha para trás.
Ela olhou para trás e lá estava ele a sorrir, apesar de se notar que estava engripado. Ela levantou-se e abraçou-o como se não o visse á semanas.
Tixa: Olha como tu estás! Estás pior Rui!
Rui: Não estou nada, eu estou bem. (Sentou-se)
Ela dá-lhe um beijinho na testa.
Tixa: Tu estás cheio de febre!
Rita: Pois estás. (Coloquei a mão na sua testa)
Diana: Tu já tomaste alguma coisa?
Rui: Já, mas já deve ter passado o efeito. Eu tenho comprimidos no carro. (Levantou-se)
Tixa: Dá cá a chave, eu vou lá buscar.
Rui: Então? Eu não sou nenhuma criança.
Tixa: Oh! Vai passear. Dá cá a chave. Não queres entrar em 2011 num hospital, pois não?
Rui: Não. Toma lá teimosa.
Ela foi-se desviando das pessoas até conseguir chegar à porta, e posteriormente, à rua.
Miguel: Então Rui? Tá-se bem? (Cumprimenta-o)
Rui: Já estive melhor.
Miguel: Se quiseres ir lá para cima, para não estares aqui com a música alta, estás á vontade.
Rui: ya, obrigado. Mas acho que não é preciso, a Patrícia foi buscar-me os comprimidos.
Miguel: Qualquer coisa, já sabes. (Volta a afastar-se)
Rui: ya, obrigado. Então miúda, que cara é essa?
Rita: Não é nada.
Rui: Não fiques assim. Tu vais acabar por estragar a pulseira se não paras de lhe mexer.
Rita: Desculpem, eu estou-vos a estragar a noite.
Diana: Cala-te parva! Não estás nada. Olha a Tixa vem aí. E nós vamos dançar minha menina. Bora (Puxa-me até ao centro da sala, que estava cheio de gente a dançar.)
Faltavam cerca de 15 minutos para a meia-noite. A Diana e o Miguel estavam agarrados a namorar no fundo das escadas, a Tixa estava a cuidar do Rui que não parecia melhorar, e o Nando e a Marisa estavam ao pé do bar, a meio de uma conversa que parecia ser muito animada. Fui ter com a Diana.
Rita: Desculpem interromper, Di, eu vou sair.
Diana: Vais sair?! Já é quase meia-noite, onde é que vais?
Rita: Vou ter com ele, não aguento mais ficar a olhar para a porta.
Miguel: Mas agora? Como é que vais? A esta hora não há aqui transportes, muito menos hoje.
Rita: Eu safo-me, não se preocupem. Avisem os outros. E…Bom ano!
Dei um beijo a cada um deles e segui apressadamente para a rua. Comecei a andar à beira da estrada, com bastante frio, pois havia me esquecido de pegar no casaco antes de sair. As ruas estavam desertas, e não se via passar ninguém. Continuava a andar com a esperança que aparecesse um táxi, o que parecia impossível naquele momento. Faltavam cerca de 3 minutos para a passagem de ano, e eu ia passá-la ao frio, numa rua completamente vazia. Pensei em voltar para trás, mas também já não chegaria a tempo. Ia completamente distraída nos meus pensamentos quando passou uma mota em direcção contrária. Não tomei atenção, até ela dar a volta e parar mesmo à minha frente. O rapaz saiu da mota, tirou o capacete e pousou-o em cima do banco. Aí percebi.
Rafa: Onde é que pensas que vais?
Rita: Tou a fazer uma caminhada, não se nota?
Rafa: Tu ias ter comigo?
Rita: Claro que não, tenho mais que fazer.
Rafa: Como andar sozinha numa rua deserta, na passagem de ano. Que divertido.
Rita: E tu? Estavas a ir para a casa do Miguel. Ias ter comigo?
Rafa: Claro que não, tenho mais que fazer.
Rita: Então licença, vou continuar a fazer a minha caminhada.
Virei as costas sem olhar para trás, e dei alguns passos em frente.
Rafa: Pst! Já te posso beijar? (Disse calmamente, e com um sorriso)
Virei-me e caminhei apressadamente na sua direcção.
Rita: Não…
Envolvi os meus braços á volta do seu pescoço, e beijei-o. Ele agarrou-me na cintura, puxando me para si. Levantou-me do chão, e eu enrolei as minhas pernas na sua cintura. De repente começou fogo-de-artifício, e já se ouviam pessoas a bater com as panelas e tachos. Era oficial, 2011 tinha chegado.
Rafa: Feliz ano novo amor.
Rita: Feliz ano novo.
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