Quarta, 29/12/2010
02:30 – Depois do almoço.
-Rita, vais ajudar o teu irmão com o trabalho das férias, se faz favor?
-Está Bem. (Sigo para a sala) Então puto, onde é que estás?
-Na ficha de língua portuguesa. O que é que está aqui escrito?
-Já tentaste ler? Tenta tu primeiro, senão nunca mais aprendes.
‘’No matter how many times did you told me you wanted to leave, no matter how many breaths that you took you still couldn’t breathe…’’
-Estou?
-Olááá!! - Responde a Diana.
-Que alegria! A vida corre-te bem rapariga.
-Pois corre. Então quando é que vens para casa?
-Vou daqui a bocado.
-Estás á uma semana na casa dos teus avós minha. Ainda não te fartaste?
-Um pouco.
-Olha, mas eu liguei te por outra coisa...
-Sou toda ouvidos.
-O Miguel, vai dar uma festa na passagem de ano, na casa dele. Tu vens, certo?
-Claro que sim! Não perderia por nada.
-Ainda bem, vai ser um máximo. Traz o Rafael.
-Ai… O Rafa…
-O que é que tem?
-Ele combinou com os amigos, irmos ao loft.
-Aish… Eu queria tanto que viesses! Anda lá. O Nando também vai estar lá, ele está cheio de saudades tuas.
-Oh, eu também. Mas tenho que falar com o Rafa primeiro, nós já tínhamos combinado.
-Pois, estou a ver. Mas não te esqueças da tua melhor amiga! Tens que vir.
-Eu não me esquecia de ti nem que quisesse! Jerk.
-Bitch. Vá, então depois diz qualquer coisa.
-Ok, beijinhos.
-Mana! Como é que se lê isto?
-Vá, bora lá. Um ‘’p’’ e um ‘’a’’ lê-se…
Fiquei a ajudar o meu irmão quase toda a tarde, e depois fomos para casa.
-Rita, Ricardo, peguem nas vossas mochilas, tirem as roupas para lavar, e arrumem as vossas prendas. Eu vou guardar o que restou dos bolos e doces.
-Mas oh mãe… Eu quero brincar. (Refila o Ricardo)
-Brincas depois de tirares tudo da mochila. E eu não quero ver as tuas prendas espalhadas pela casa meu menino. Ah, Rita, vai lá a casa da tua tia dizer-lhe que já chegámos e para eles virem cá jantar.
Toquei á campainha da porta do lado, e abriu o meu tio.
-Então filha, já chegaram?
-Sim. Viemos agora.
-Entra. A tia está na cozinha.
Dirigi-me á cozinha.
-Tia, já estás a fazer o jantar?
-Nem te ouvi chegar Ritinha. Não, estou a fazer uma sopa para congelar em caixas.
-Venham jantar lá a casa.
-Está Bem. Já vou ajudar a tua mãe a fazer o jantar.
-O Rafa saiu? A mota dele não está lá em baixo.
-Sim, veio cá uma rapariga ter com ele e depois saíram, não sei para onde, já sabes como é, aquele rapaz nunca dá satisfações a ninguém. Sempre foi assim. Só queria que ele ganhasse juízo de uma vez por todas.
-Não te preocupes tanto tia, ele sabe o que faz.
-Bom, mas vamos lá ajudar a tua mãe com o jantar.
-Bora.
20:45 – A jantar.
-Luís, queres mais carne?
-Já te disse que não mulher. Então o Rafa não vem?
-Ele saiu com uma rapariga, não sei se vem.
-Só faz é bem, sai ao pai quando era da idade dele. (Diz o meu tio como que a gabar-se, e de seguida levou uma cotovelada da minha tia) Au! Antes de te conhecer meu amor. (Tenta safar-se)
Tocou a campainha.
-Eu vou abrir. (Diz a minha mãe)
Era o Rafa.
-Boa noite família. Vocês voltaram quando?
-Hoje á tarde. Senta-te a comer rapaz.
-Onde é que andaste Rafael?
-Calma mãe! Eu fui arranjar a mota a uma amiga minha. Tive que desmontar e ainda mudar umas peças. Por isso é que demorei.
-Levaste dinheiro?
-Achas mãe? Foi um favor. E eu gosto, por isso.
-E ficou boa?
-Claro! Eu sou um mecânico do caraças pá. Rita passa-me aí o arroz se faz favor. (Pisca-me o olho discretamente, sem obter resposta)
Depois do jantar ficámos todos a ver a ver televisão na sala até cada um ir para sua casa. Fui para o meu quarto e deitei-me na cama a ouvir música de olhos fechados. Comecei a sentir beijos na testa, depois na cara, e por fim na boca.
-Hmm… O meu vizinho do lado está a assediar-me.
-Já tinha saudades tuas, querida vizinha.
-Ouve lá, qual foi a amiga que tu foste ‘’ajudar’’?
-Ciúmes a estas horas?
-Não é ciúmes! Estou apenas curiosa.
-Foi a Débora.
-A ruiva que já namorou contigo?
-Rita, podes parar por aí que eu já sei o que estás a pensar. Ela pediu-me ajuda, eu ajudei, só isso.
-Essa rapariga anda atrás de ti á bué tempo! De certeza que não queria que lhe arranjasses só a mota.
-Até pode ser da parte dela, mas não da minha.
-Ela tentou, não foi?
-Sim.
-Fogo, essas miúdas são do mais fácil que há. A minha vontade era chegar ao pé delas e dizer-lhes que tu és meu e acabou!
-Espera, espera… Repete lá essa parte do ‘’tu és meu’’.
-Hã..? Tu és..meu… (Disse a medo)
-Tens noção que acabaste de cometer o maior erro da tua vida?
-O que?! Porque…?
-Porque agora eu vou te matar de tantos beijos. (Diz ao mesmo tempo que se manda para cima de mim, e me beija nos ombros, no pescoço, e no rosto.)
-AAIII… Assustaste-me parvo.
-Tu cais sempre nesta.
-Olha, tenho uma coisa para falar contigo.
-Fala.
-Tu já combinaste com os teus amigos a passagem de ano?
-Já. Porque?
-Porque o Miguel vai dar uma festa na casa dele e…
-Aish oh Rita! Eu combinei passar com eles.
-Calma! Eu sei amor. Mas ela só me disse depois de eu ter falado contigo.
-Então vai. (Diz contrariado)
-Fogo, não fales assim. Eu não quero ir sem ti.
-Eu já tinha combinado ir com eles, e tal como tu, quero estar com os meus amigos. Quem é que vai a essa festa?
-Vai toda a gente, as minhas amigas, o Miguel, o Rui, o Nando, entre outros.
-Ainda por cima vai esse gajo. Vai, e diverte-te com o teu ex-namorado.
-RRRR!! Que mau feitio! Tu enervas-me.
-Exactamente. Mais uma razão para ires com ele. (Vira-me as costas e sai pela janela)
-ODEIO-TEE! Estúpido meu.
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