domingo, 2 de outubro de 2011

Capítulo 25 – RITA, CHAMA UMA AMBULÂNCIA.


Fomos para minha casa, onde estavam todos á nossa espera para almoçar. Depois do almoço em família, seguimos para a sala onde ficámos a ver um filme. Os nossos pais e o meu irmão estavam distribuídos pelos sofás, enquanto eu e o Rafa estávamos sentados no chão, em cima de almofadas. Estavam todos atentos ao filme, e era o que eu estava a tentar fazer, se não fosse o Rafa a distrair-me. Estava constantemente a tocar-me nas costas, no pescoço e a por a mão por dentro da minha camisola. Não parava de me fazer rir, e eu estava a fazer um esforço enorme para que eles não percebessem as nossas brincadeiras.

-Pára parvo.!! Disse baixinho.

-Também te amo. (Riu-se e virou a cara, fingindo estar a ver o filme).

O meu telemóvel tocou e eu fui atender para o quarto.

-Estou?

-Sou eu Miquelina.

-Olá!! – Respondi.

-Olha, bora á praia amanha?

-Eles vão surfar?

-Sim, o Miguel agora não quer outra coisa.

-Pois, eu percebo. Eles nem com o frio que está deixam o mar. E nós temos que falar! Hoje de manhã nem deu para nada. Como é que correu a noite com o Miguel?

-Correu… Muito bem! Mas eu não vou entrar em pormenores contigo sua perversa!

-Olha Olha! Também não queria saber os pormenores. Esses sei eu muito bem. (Rimo-nos)

-Mas foi maravilhoso. E foi totalmente natural, nada programado. E por incrível que pareça, fui eu que tomei iniciativa!

-Uau! Estamos a fazer progressos. Mas protegeram-se, certo?

-Sim mamã! Não pretendo ser mãe aos 17. Olha, falas tu com os outros sobre amanhã?

- Sim, eu já lhes mando uma sms.

-Ok, depois manda-me uma com as horas.

-Yap. Beijinhos. Jerk.

-Bitch.

Mandei uma sms à Tixa, à Marisa, ao Nando e ao Rui, e de seguida voltei para a sala onde ainda estavam todos a ver o filme. Quer dizer, todos excepto o Rafa, que desta vez estava na brincadeira com o meu irmão. Quando acabou o filme juntámo-nos todos a jogar o Monopoly, e o Ricardo era o banqueiro.

-Hey, eu vi!! O que é isso? (Diz a minha tia)

-O que é que se passa?

-Não finjas que não é nada contigo senhor Rafael! Eu vi-te a piscar o olho ao Ricardo!

-Aish oh mãe! Que mania da perseguição digo-te já. Lá porque eu estou a ganhar não quer dizer que seja com batota.

-Sim, tu és um santo, não haja dúvida filho.

-Pois sou. Rita! Acorda. És tu a jogar.  

-Ah, sim. Dá os 200 euros à mana Ricardo.

-Quem era ao telefone á bocado? – Perguntou o meu pai.

-Era a Di, para irmos amanha á praia.

-Muito gostam vocês de ir á praia. Praia é no Verão, não é com este tempo.

-Mas eles vão surfar pai, não vamos propriamente tomar banho.

-Tu também vais Rafael? - Pergunta-lhe a minha tia.

-Claro, a minha menina já está a minha espera.

-Não fiques com essa cara tia, a menina é a prancha. (Explico)

-Ah, estava a ver. OLHA! AGORA EU VI! (Começa a mandar com coisas para cima do Rafa) Pensas que enganas a tua mãe?! O Ricardo está a dar-lhe mais do que uma nota.
 

O Rafa ria-se á medida que ela mandava com as peças do jogo para cima dele.

-Então filho? Não é para ajudares o teu primo seu batoteiro. – Diz a minha mãe ao Ricardo.

Rafa:
Tens mesmo mau perder D. Paula. (Provocava a mãe)

-Eu digo-te seu vigarista. Vá, acabou-se que eu tenho coisas para fazer em casa. Vamos lá embora. Oh Teresa, tens aí ovos? Eu esqueci-me de comprar.

-Sim, vai buscar os que precisares ali ao frigorífico.

-Vá, até amanha.

-Até amanha.

02/01/2011

11:15

O Rui veio ter connosco ao bairro para levar as pranchas no tejadilho do carro, e eu fui na mota com o Rafa. Hegámos à praia e eles foram logo para o mar, que estava com ondas enormes, e eu fiquei preocupada por eles entrarem com o mar naquele estado. Passado algum tempo, voltaram e vieram na nossa direcção.

Rita:
Eu ainda acho que o mar está demasiado perigoso. Rafa! Estás me a ouvir?

Rafa:
Estou amor! Não te preocupes. (Dá-me um beijo leve na testa)

Rui:
A agua está óptima! Voces é que deviam vir.

Miguel:
Exactamente! Bora oh banho?

Diana:
Com este frio? Vocês estão doidos!

Rui:
O que é que tem? Venham lá.

Marisa:
Mas nós nem sequer trouxemos biquíni.

Nando:
E daí? Têm roupa interior. Ou se preferirem podem tirar. (Ri-se)

Rafa:
Olha-me este. Aqui ninguém se vai despir. Arranja uma vida meu.

Nando:
Isso é tudo ciúmes?

Rafa:
De ti? Não me parece.

Rita:
Hey, Hey! Parem lá com isso. (Agarro-me ao Rafa para evitar que eles se pegassem)

Miguel:
Bom meninas, até já.

Correu para o mar com a prancha debaixo do braço, e todos os rapazes o seguiram.

Tixa:
Tomem cuidado! (Gritou)

Ficámos as quatro na areia a conversar e a vê-los surfar.

Diana:
Meninas, eu deixei de ver o Miguel, estão a vê-lo?

Marisa:
Não, eu também não o vejo.

Levantámo-nos e aproximamo-nos do mar, para ver se o víamos. Estávamos a ficar assustadas, e ainda ficámos mais quando vimos o Rafa a arrastar para fora da agua o Miguel que parecia estar inconsciente. Corremos na sua direcção, e os outros rapazes saíram da agua e fizeram o mesmo quando se aperceberam da situação.

Diana:
MIGUEL!! (Gritava)

Rafa:
RITA, CHAMA UMA AMBULANCIA.

Corri até ás malas, onde estavam os telemóveis.

Tixa:
Eu não acredito nisto…Nós avisámos-vos tantas vezes!

A Diana estava em estado de choque, estava a olhar fixamente para o mar sem se mexer. A Marisa foi ter com ela, para a tentar acalmar. Eu voltei para junto deles depois de ligar para o 112, e o Rui e o Nando estavam a desapertar o fato ao Miguel.

Rita:
O que é que estão a fazer?

Rafa:
Tem calma, o Rui tem o curso de primeiros socorros, sabe o que está a fazer.
(Encostou-me ao seu peito)

O Rui começou a reanimá-lo, e a fazer respiração boca-a-boca.

Rui:
Vá lá Miguel…Vá lá. (Continuava, sem sucesso)

Nando:
Não nos faças uma cena destas, puto… Acorda.

Estávamos todos a observar desesperados, á espera de qualquer sinal de vida. Foi aí que, numa fracção de segundos, a sua boca começou a cuspir agua, e desatou a tossir. Abriu os olhos e todos nós suspirámos de alivio. Fui ter com a Diana que se mantia a olhar para o mar sem se mexer, como se estivesse noutra dimensão.

Marisa:
Di!!! (Abanando-a)

Rita:
DI! Olha para mim! Olha para mim! Está tudo bem, ele está bem, olha! (Virei-a para o Miguel que se estava a levantar com a ajuda do Rui e ela correu para o abraçar)

Miguel:
Di…Diana…Estás-me a…a… esganar.. 

Diana:
Ai…Desculpa meu amor. (Largando-o) Tu nunca mais faças isto!

Miguel:
Eu só me lembro de ter caído da prancha, e de ser puxado pela onda, depois acho que bati com a cabeça e não me lembro mais nada.

Tixa:
Olha, os paramédicos estão vir para aqui. É melhor tu seres visto por eles, pelo sim e pelo não.

Rui:
Sim, podes ter um traumatismo, é melhor seres visto e ires ao hospital fazer exames.

Os paramédicos chegaram ao pé de nós, observaram o Miguel e acharam melhor que ele fosse para o hospital, para lhe serem feitos alguns exames. Pegámos nas coisas e caminhámos até á ambulância.

Miguel:
Nem vos cheguei a agradecer pessoal… Obrigada por me terem safo.

Marisa:
Agradece ao Rui e ao Rafa.

Tixa:
Sim, eles é que te safaram. Nós ficámos desesperadas nem conseguíamos fazer nada.

Rui:
Não foi nada demais, eu fiz o que qualquer um no meu lugar faria.

Miguel:
Não, tu foste o maior Rui, obrigadão.

Nando:
É verdade, onde é que aprendeste a fazer aquilo?

Rui:
Para se ser nadador-salvador tem que se aprender essas coisas, eu aprendi no curso.

Miguel:
Ah tu és nadador salvador?

Rui:
Sim, durante a época balnear.

O Miguel subiu para a ambulância, e a Di entrou com ele.

Rita:
Têm a certeza que não querem que vos acompanhemos até ao hospital? Di?

Diana:
Não, não vale a pena. Vão para casa, a sério.

Miguel:
Tchau pessoal.

Todos:
As melhoras!

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