domingo, 2 de outubro de 2011

Capítulo 9 – S. Julião

Segunda, 04/10/2010

22:00

Saltei para a varanda do quarto do Rafa, para entrar na janela, mas ele tinha os estores para baixo.
Então voltei para minha casa.
TRR TRR ‘’When I was a young boy, my father took me into the city to see a marching band. He said Son when you grow up, would you be the savior of the broken, the beaten and the damned?’’ Olhei para o visor que dizia: ‘’Nando a chamar’’.

–Estou?

-Oi miúda.

-Olá puto.

-Puto? Eu sou mais velho que tu!

-Tens razão, mas és puto á mesma.

-Tá Bem, eu vou aceitar só porque és tu. Então e como é que estás?

-Vou indo. E tu?

-Estou super cansado, hoje tive a treinar com os rapazes.

-Pois acredito! Aquilo é puxado.

-Então e quando é que vais assistir ao treino outra vez?

-Por mim vou quando quiseres.

-Ai é? Então vais já amanha.

-Tshi! Sim senhor general!

-Só se quiseres, claro.

-Eu prometo que vou, mas amanhã não pode ser. É que eu quero esclarecer as coisas com o Rafael primeiro, percebes?

-Ah, estou a ver. Tudo bem. Mas eu já te disse que se quiseres eu falo com ele.

-Não. Ciumento como ele é, ainda se passava. Mas obrigada à mesma.

-Sempre ás ordens.

-A conversa está muito boa mas eu tenho que ir, beijinhos. Gosto muito de ti.

-Eu também linda, beijinho.

Terça, 05/10/2010

09:00

TRR TRR ‘’When I was a young boy, my father took me into the city to see a marching band. He said Son when you grow up, would you be the savior of the broken, the beaten and the damned?’’
–Hãã…Estou?

-Tavas a dormir? Desculpa.

-Não, não faz mal Tixa. Tá tudo bem?

-Sim. Olha, eu liguei-te para saber se queres vir á Ericeira connosco hoje. Os rapazes vão surfar.  

-Com este tempo?

-Está bom para surfar, anda lá! Não vais ficar o feriado fechada em casa. E para além do mais o Rafa vem.

-Ainda por cima! Ele não fala comigo.

-Oh, isso passa-lhe. Nós vamos te aí buscar ás três horas tá bem?

-Que teimosa! Tá bem!

Levantei-me da cama, fui tomar um banho e estudar um pouco até que a Tixa, o namorado e a Di me viessem buscar.

15:10 – Fui para a porta do prédio.

-Estavas aí á muito tempo?

-Não, acabei de descer. Entrei no carro do Rui e fomos a cantar e a contar anedotas até chegar ao destino.

Praia de S. Julião- Ericeira

Diana:
Olha, está ali um lugar.

Rui:
Já vi. Chegámos malta!

Tixa:
Hmm. Lar doce lar amor.

Diana:
Bem, vocês gostam mesmo disto!

Rita:
Pois é. Tenho a certeza que o vosso casamento ainda vai ser nesta praia!

Rui:
Se depender de mim…

Diana:
Uhh!! Tixa, isto foi um pedido de casamento!

Tixa:
Hey! Ainda somos muito novos. Calma lá. Mas eu não tenho dúvidas que é contigo que quero casar. (Abraçou-se ao seu namorado e beijaram-se)

Rita e Diana:
Que lindo…!!

Rui:
Olhem, o Rafa já está ali. (Apontando para o Rafa que se encontrava na praia com uma rapariga)

Rita:
Não acredito…

Diana:
Tem calma amiga. Pode não ser o que estás a pensar.

Rui:
Vá, bora lá.

Tirámos as pranchas do tejadilho do carro e caminhámos na areia até chegar ao Rafa. Á medida que nos aproximávamos percebi que a rapariga que se encontrava com ele era a Catarina.

Rui:
Tão meu, tá-se bem?  (Cumprimentando-o)

Rafa:
ya, sempre.

Catarina:
Olá meninas. Não sabia que vinham.

Diana:
O sentimento é recíproco.

Catarina:
Mas é sempre bom conviver com os amigos do meu namorado.

Diana e Tixa:
Do teu namorado?!

Rafa:
 Rui, enquanto tu vestes o fato eu vou ali ao café.

A evitar que as lágrimas me escorressem pelo rosto, segui-o e puxei-o pelo braço para as traseiras do café.

-Meu namorado?!! Eu não acredito Rafa!

-Tu tens muita moral para falar realmente.

-Agora faz tudo sentido. Tu andavas a pensar nisto desde aquele dia que ela se atirou a ti na escola.

-Pára já por aí!! Não alteres o que aconteceu. Aqui quem traiu foste tu, não fui eu.

-Tu sabes muito bem que eu não te traí!!! Estás a utilizar isso como desculpa para poderes andar com ela e seres tu a vitima!!

-O quê?!! Eu se quisesse andar com ela, andava. Não precisava de inventar nada. Eu sei muito bem o que ouvi e a partir desse momento não te devo explicações.

-Eu já te expliquei que aquilo que ouviste não foi o que pensas. E mesmo que eu te tivesse traído, ninguém esquece ninguém em dois ou três dias. Se tu me esqueceste assim tão depressa é porque nunca me amaste como eu pensava!

-Eu nunca disse que te esqueci. Mas acredita que é o que pretendo fazer!

-Está Bem! Então força. Volta a mudar de namorada todas as semanas, pode ser que assim me esqueças. Mas uma coisa te garanto (o meu rosto enche-se de lágrimas sem que o consiga evitar) depois não vai ter volta! Fizeste a tua escolha. Estou farta que não acredites em mim. Boa sorte com a Catarina.

Voltei para a praia, e sentei-me na areia sem falar com ninguém, apenas a ver o mar. Consegui ouvir a Di e a Tixa que olhavam para mim.

Diana:
Ela esteve a chorar.

Tixa:
Eu vou lá!

Diana:
Não… Deixa-a ficar um pouco sozinha. Ela precisa.

Entretanto o Rafa voltou, estava com os olhos vermelhos, o que mostrava que também tinha estado a chorar. Apressou-se a pegar na prancha e foi para o mar sem dizer nada. O Rui pegou na prancha e seguiu-o.

Catarina: Ele estava estranho, não estava?

Diana:
Não queridinha! É impressão tua. (A Tixa puxa-a á parte)

Tixa:
Di! Tem calma. Ela não tem culpa.

Diana:
Oh, não me interessa! Não gosto desta miúda. 

19:30 Passou a tarde e eu e o Rafa estivemos calados o tempo todo.

Tixa:
Já está a ficar tarde, vocês querem ficar a jantar cá? A minha casa de praia é já ali. Faz-se qualquer coisa.

Rita:
A mim não me estava a apetecer muito...

Tixa:
Eu e o Rui vamos dormir cá. Também há quartos para vocês, se quiserem.

Diana:
Não, não é preciso. Nós vamos para casa. A Rita hoje vai dormir a minha casa, não é?

Rita:
Sim, por mim tudo bem.

Catarina:
Mas eu e o Rafa podemos ficar com vocês!

Rafa:
Não, eu quero ir para casa Catarina.

Catarina:
Oh..Tá Bem.

Rui:
Vá, então eu levo-vos a casa e depois volto. Até já amor.

Tixa:
Adeus malta, vejo-vos amanhã.

Despedimos nos todos, o Rafa seguiu na mota com a Catarina e o Rui foi levar-nos, a mim e á Di, a casa dela conforme combinado. Jantámos e seguimos para o quarto.

-Queres falar?

-Nós discutimos…

-Pois, eu percebi. Tu já sabes como ele é. Estar com outras miúdas é a maneira dele esquecer os problemas. Isso não quer dizer que ele não te ame.

-Eu sei Di! Mas eu não vou aguentar passar por tudo outra vez. Estou farta de vê-lo namorar com outras, percebes? Antes fui eu que disse para nos afastarmos, por isso não podia manifestar-me. Mas agora, depois de ter-mos voltado, ele aparecer de repente com outra, magoou-me.

-Não fiques assim… Não faz sentido vocês estarem a sofrer, se sempre gostaram um do outro. Viste a cara dele quando voltou do café? Ele estava a chorar.

-Eu vi...Eu amo-o Di. Ele só está assim porque quer.

-Vamos dormir amiga. E eu vou estar sempre aqui contigo.

-Eu sei. Não és só minha amiga, és a irmã que eu nunca tive.

-Oh…Bitch.

-Jerk.

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