domingo, 2 de outubro de 2011

Capítulo 31 – Ninguém sabe dele.

-E…?

-O vestido não te está a fazer comichão?

-Tu és doido! - Ainda a prender-me os braços, começa a beijar-me o pescoço, e posteriormente a boca. – Rafa… Pára.

-Pára tu, se conseguires. - Começo a beijá-lo também e escorrem-me lágrimas pelo rosto. – Hey, Hey… - Soltou-me. – Amor, o que é que se passa? Eu magoei-te?

-Não...

-Então? Eu não consigo ver-te chorar, pára com isso.

-Desculpa.

-Mas estás-me a pedir desculpa porque? Rita… Eu estou aqui, não estou? Não penses no amanhã.

-Eu não consigo ser como tu… Eu não estou a aguentar Rafa.

-Posso-te dizer uma coisa?

-Sim.

-Acabaste de estragar a maquilhagem toda, estás horrível.

-Estúpido. – Soltei um sorriso.

-Vês? Ficas muito mais gira quando me estás a insultar. Agora olha para mim. E quero que me ouças a sério. Eu vou-me embora hoje, mas eu não quero que fiques assim quando eu não estiver aqui, tu estás a ouvir?

-Não te posso prometer isso.

-Podes sim, e vais prometer. E sabes porque? Porque isto não é um adeus, eu volto! E por mais foleira que seja, esta pulseira não vai sair daqui. Amor entre primos nunca acaba, não te esqueças.

Levantei-me, e fui à casa de banho lavar a cara. Descalcei os botins, despi-me, ficando apenas de roupa anterior, e voltei para o quarto, onde estava o Rafa sentado na cama.

-O que é que estás a fazer? – Perguntou sorridente.

-Preferes que te diga, ou que te mostre?

-Preciso de responder? – Levanta-se, tranca a janela e fecha os cortinados.

-Rafa?!

-É só para ter a certeza. – Caminha na minha direcção e agarra-me na cintura, levantando-me do chão. Enrolei as minhas pernas à volta da sua cintura e os braços à volta do seu pescoço. Deu um pequeno pulo como que para me segurar melhor e caminhou na direcção da cama. Quando a alcançou, deitou-me suavemente, colocando-se de seguida em cima de mim. Beijei-o à medida que, com as mãos, ia explorando o seu corpo que eu conhecia melhor que ninguém. O desejo invadiu o meu corpo e mente, por momentos consegui esquecer o mundo à minha volta, nada mais tinha importância, ele pertencia-me e ninguém nos ia separar. A ideia de ficar longe dele era impensável naquele instante em que os nossos corpos se colavam. Coloquei as minhas mãos na sua cintura e fui subindo pelos seus abdominais definidos. Conseguia senti-lo excitado, tanto ou mais que eu. Algo me fez voltar à realidade, e foi o toque do seu telemóvel.

-Rafa…? – Digo entre beijos.

-Hmm? – Continuava concentrado nos beijos, como se nem me estivesse a ouvir.

-O telemóvel… Está a tocar.

-E? – Continuou.

-Pode ser alguma coisa importante.

-Não é nada.

-Como é que sabes? Vai ver quem é...

-Hmm…Não...

-Amor!

-Pronto, Ok. Estou a ir.

Pegou numa almofada e colocou-a a tapar a sua erecção. Atravessou o quarto naquela figura, o que me deu vontade de rir.

-Rafa, estás a fazer?

-Vou ver quem é, não era o que tu querias?

-Eu refiro-me à almofada, parvo! Estás a esconder o quê? Até parece que eu nunca te vi assim.

-Eu sou tímido. – Disse a rir-se.

-Oh sim.. O que tu és mais é tímido.

-Estou? – Atendeu.

Levantei-me, e caminhei devagarinho na sua direcção. Abracei-o por trás, e fui beijando as suas costas ao mesmo tempo que tentava tirar-lhe a almofada, sem sucesso. Ele fazia uma enorme força para não se rir. Dei a volta e coloquei-me à sua frente. Continuei com os beijos pelo seu corpo, até que parei ao ver a sua cara séria. Calculei que se tivesse passado alguma coisa. Desligou o telemóvel.

-Quem era? – Perguntei-lhe.

-A minha mãe. O meu irmão já devia estar cá e ninguém sabe dele. – Apanha o seu fato do chão e começa-se a vestir apressadamente.

-O quê?! O Bruno é super responsável, será que adormeceu? – Coloco a roupa interior.

-Não faço ideia. O que eu sei é que ele ontem fartou-se de beber. No fim da despedida de solteiro eu deixei-o em casa, e não falei mais com ele. A minha mãe está a ter um ataque de nervos, tenho que ir ver se o encontro.

-Sim, claro. Eu vou contigo.

-Quem me dera não ter atendido. A culpa foi tua.

Parei de me vestir e agarrei-me ao seu pescoço.

-Eu sei, desculpa. Esta era a nossa última oportunidade para estarmos juntos…

-Don’t worry, about a thing, cause every little thing, is gonna be alright.. –Cantava desafinadamente o que me fez rir ás gargalhadas.

-Amor, a sério. Vais começar com o Bob Marley?

-One love, one heart, let’s get togheter and feel alright. – Agarrou-me na cintura, puxou-me para si, e começou a dançar lentamente.

Eu não conseguia parar de rir e deixei-me ir na sua loucura. Depois de cantar várias músicas, e de estarmos ali 10 minutos, abraçados com ele a cantar, finalmente vestimo-nos e saltámos para a sua varanda. A minha tia estava de todas as cores, e o Rafa mal a viu, saiu logo à procura do irmão.

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